A camisa da Seleção Brasileira é uma referência para o futebol mundial. Afinal, alia um desenho único a uma história de tradição e conquistas. Por isso não é raro, por exemplo, encontrar turistas estrangeiros com o uniforme verde e amarelo.

Mas nem sempre a camisa da Seleção teve o mesmo desenho — ou as mesmas cores! — que a consagraram. Para falar a verdade, ela já mudou bastante ao longo do tempo.

Neste artigo, nós de copamundocatar, contamos justamente a evolução da camisa do Brasil em Copas do Mundo até chegar à versão lançada recentemente para a edição do Catar.

Primeira camisa

Primeiras camisas

A Seleção Brasileira só participou da primeira Copa do Mundo em 1930, mas já jogava partidas e torneios, tanto amistosos quanto oficiais, desde 1914.

O primeiro uniforme oficial do escrete canarinho não tinha nada de canarinho. O desenho da camisa era simples. Ela era toda branca, com faixas azuis perto dos cotovelos. A peça também tinha gola com cadarço.

Nos anos seguintes, a camisa sofreria diversas variações. Em geral, elas ocorreriam com base em uma camisa branca, na qual intercalavam-se versões com detalhes em azul ou em verde. A única exceção foi uma camisa listrada em verde e amarelo, lançada em 1916 e que teve vida curtíssima.

O uniforme da seleção até o Maracanazzo

Na primeira Copa do Mundo, a camisa da seleção não teve muitas mudanças em relação aos modelos usados em competições anteriores. Era um modelo de cor branca, com gola e detalhes nas mangas em azul. Ela tinha cadarço na gola, que seguia o estilo polo.

Nas duas edições seguintes, a camisa continuou praticamente a mesma, com exceção da mudança de gola — de polo para desenho em “V” — na edição de 1938. Além disso, para a Copa disputada na França, a Seleção Brasileira lançou uma camisa reserva de cor azul.

O Brasil ainda usaria um modelo parecido com o da camisa principal em 1950. Na edição disputada em casa, que terminou com a tragédia que todos conhecemos, a única alteração foi a gola, que voltou a ser em “V”. Infelizmente, não foi um V de vitória. E a camisa tradicional foi abandonada sob a pecha de que dava azar.

A camisa verde e amarela

Após o trauma de 1950, o jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, promoveu um concurso para escolher uma nova camisa para a Seleção Masculina de Futebol. O vencedor foi Aldyr Schlee, escritor e desenhista gaúcho. Seu desenho icônico: uma camisa amarela com detalhes em verde.

No primeiro torneio disputado com ela, em 1954, não tivemos muita sorte. No entanto, a camisa “canarinho” alcançaria a consagração já na edição seguinte, em 1958. Foi nesse torneio que o Brasil conquistou seu primeiro título mundial. Na final, precisou improvisar uma camisa azul para evitar confusões com o uniforme sueco.

Entre 1958 e 1970, foram três títulos conquistados pela melhor seleção de todos os tempos. A camisa principal sofreu poucas alterações nesse período. A única mudança marcante foi a gola arredondada em 1970. Com a conquista do tricampeonato, o uniforme amarelo do Brasil ficou associado para sempre ao futebol-arte.

Detalhes marcantes

Nas edições seguintes da Copa do Mundo, pouco mudou no design da camisa. Pelo menos, em relação às cores e à sua aplicação. No entanto, alguns detalhes marcantes se fizeram notar a cada torneio:

  • 1974: O escudo da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) ganhou três estrelas em homenagem ao Tri
  • 1978: Foi fechado o primeiro contrato de fornecimento de material, com a Adidas, o que levou à aplicação das três listras da marca nas mangas
  • 1982: O escudo da CBD foi substituído por outro da CBF, enquanto a Adidas deu lugar à Topper
    • Infelizmente, esse também foi um período sem conquistas de Copa do Mundo pela Seleção, que também teve pouco sucesso em outras competições. Mesmo assim, a camisa canarinho renovou seu hype graças à equipe mítica da Copa de 1982 na Espanha.

      Inovações importantes

      Até a Copa de 1982, a camisa da Seleção era fabricada em tecido 100% algodão, como ocorria com as de outras equipes. Apesar de estilosas, essas peças não eram práticas para os jogadores, já que ficavam muito pesadas com o suor.

      Em 1986, a Seleção ganhou a primeira camisa com fibra sintética, um tecido já mais próximo do que é usado hoje em dia. Em 1990, último ano com a Topper, não houve mudanças significativas.

      Finalmente, em 1994, houve uma troca de fornecedor para a Umbro. Esse se tornou um modelo clássico, graças à conquista de um novo título após 24 anos. Mas também colaborou para isso o novo design da camisa, que tinha uma marca d’água gigante com o escudo da CBF (três vezes).

      A Seleção Brasileira

      A era Nike e a camisa para o Catar

      Finalmente, em 1998, houve a última mudança significativa na camisa canarinho, com a Nike assumindo o fornecimento do material da Seleção. Outra mudança significativa, claro, foi a adição de mais uma estrela sobre o escudo em homenagem ao Tetra. Após o título da Copa de 2002, foi acrescentada uma quinta estrela.

      O uniforme de 2002 também foi o último a ter um desenho mais extravagante, graças às formas geográficas em verde. Nas quatro edições seguintes, a Nike optou por modelos minimalistas e elegantes, com mudanças pontuais na gola, mangas e outras áreas.

      Para a Copa do Catar, a marca norte-americana parece disposta a arriscar mais. Afinal, voltou a lançar uma camisa com gola de botão, além daquele que é o seu detalhe mais impactante: manchas ao fundo que lembram a pele de uma onça-pintada. Com isso, a Nike reforçou a superstição dos torcedores que veem a extravagância da camisa como uma ponte para o sucesso obtido em 2002…

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